Fiat Uno é um automóvel fabricado pela italiana FIAT, apresentado pela primeira vez no Cabo Canaveral, Flórida (EUA), palco escolhido para apresentar à imprensa em 20 de janeiro de 1983 seu primeiro carro mundial, idealizado para substituir o 127 (147 no Brasil). Em 2010 foi lançado um novo modelo totalmente renovado, equipado com motores 1.0 e 1.4
Criação
Necessário diante do envelhecimento de seu antecessor, lançado em 1971, o Uno chegava para combater a invasão japonesa em seu segmento de carros pequenos. O projeto começou no final dos anos 1970 com dois estudos, o 143 desenhado pela equipe de Pier Giorgio Tronville, do Centro Stile Fiat e o 144 pela Italdesign de Giorgio Giugiaro.
É um carro de conceito simples e moderno, com motor transversal, tração dianteira e suspensão McPherson com mola helicoidal à frente. Na traseira era usado eixo de torção, também com mola helicoidal. Eleito Carro do Ano na Europa por um juri de 53 jornalistas no mesmo ano de seu lançamento, logo ganhou novas versões. Já em maio vinha o motor a diesel de 1,3 litro e 45 cv; em outubro era apresentada a versão conceitual Uno-matic 70, com transmissão de variação contínua (CVT), que se tornaria disponível apenas em 1987 no Uno Selecta.
Em abril de 1986 nascia o Uno Turbo i.e., em que o motor de 1,3 litro (1.299 cm³, e que mais tarde seria trocado por um de 1.301 cm³) recebia turbocompressor e injeção eletrônica, gerando 105 cv. Foi oferecido com painel digital e freios a disco nas quatro rodas. Em junho aparecia o motor Fire, de produção totalmente automatizada, com 1,0 litro (999 cm³ e 45 cv) -- um parente do que agora existe no Brasil atualmente. No ano seguinte era lançado o Uno 70 Turbodiesel, com motor de 1.367 cm³ e acabamento externo similar ao do Turbo i.e. O diesel de aspiração natural era oferecido com 1,7 litro (1.697 cm³ e 58 cv).
Em 1987 o Turbo i.e. ganhava catalisador e, um ano depois, freios com sistema antitravamento (ABS em inglês: Anti-lock Braking System). Surgiu também um 75 i.e., com 1,5 litro (1.498 cm³, injeção e 75 cv). Em setembro de 1989 o Uno recebia ampla reestilização, com um capô em cunha acentuada, faróis de perfil mais baixo, tampa traseira mais saliente e arredondada e novas lanternas. O Cx baixava para 0,30 e o interior trazia painel mais moderno e ganhos em acabamento e qualidade de construção.
Os motores agora eram o antigo 903, os Fires de 1,0 litro e 1,1 litro (999 e 1.108 cm³ este de 56 cv), um 1,4 litro (1.372 de 71 cv) e o conhecido 1,5 litro (1.498cm³). O Turbo i.e. passava a 1.372 cm³ e 118 cv e os diesels permaneciam, com a adição de um de aspiração natural de 1,9 litro (1.929 cm³ e 60 cv) no ano seguinte. Esse Uno teve numerosas versões e séries especiais, como Suite (com bancos de couro e ar-condicionado), Hobby, Rap, Rap Up, Formula, Estivale, Cosy, Seaside, Targa e Brio. O mais rápido era o Turbo i.e. Racing, de 1992, com teto solar, bancos ajustáveis em altura, pneus 175/60 e aceleração de 0 a 100 km/h em 8,4 s com velocidade maxima de 194 km/h.
A produção italiana do Uno foi encerrada em 1995, dois anos após o lançamento do Punto, com um total de 6.032.911 unidades fabricadas. Mas permanecia na Polônia, com motores de 999 cm³ (45 cv), 1.372 cm³ (69 cv) e diesel de 1.697 cm³, que se somaram em 2000 ao de 899 cm³ e apenas 39 cv. Também continuavam em produção o três-volumes Duna (Prêmio) na Argentina, com motor 1.297 de 72 cv, e o Uno no Brasil.
Mecânica
De início apenas com três portas, mantinha as linhas do modelo italiano, mas com uma importante diferença: o capô envolvia parte dos pára-lamas, o que permitia a acomodação do estepe no compartimento do motor como no 147, de maneira a ampliar o porta-malas e evitar o incômodo de ter de descarregá-lo.
Por conta da localização do estepe, a entrada de ar para a cabine precisou ser deslocada do centro, como no original italiano, para a direita, em zona de menor pressão aerodinâmica. Assim, aeração interna acabou não sendo o forte da versão brasileira, devido à menor captação de ar. Mesmo assim o Uno representava enorme evolução sobre o retilíneo 147, a começar pela redução do Cx de 0,50 para apenas 0,36—pior que na Europa, pois o modelo brasileiro era 15 mm mais alto --, passando pelo conforto de rodagem, segurança ativa e passiva, visibilidade e posição de dirigir, em que o volante assumia posição mais "normal", menos horizontal. No entanto foi, de início, rejeitado por muitos, que lhe atribuíram o apelido de "botinha ortopédica" em função do formato da carroceria bem diferente do que existia até então. O limpador de pára-brisa único, curioso já na época, permanece até hoje sem similares em carros nacionais.
Outras alterações do projeto original, de ordem mecânica, previam melhor adaptação do carro às condições nacionais de rodagem, além do aproveitamento de componentes do 147. Deste vinham os motores de 1.048 cm³ a gasolina (52 cv, 7,8 m.kgf), para a versão S, e de 1.297 cm³ a gasolina (58,2 cv, 10 m.kgf) e a álcool (59,7 cv, 10 m.kgf), para as versões S e CS. Com desempenho razoável (velocidade máxima entre 140 e 150 km/h), tinham na economia de combustível seu destaque.
O Uno brasileiro também herdava de seu antecessor a suspensão traseira independente com feixe de molas transversal atendendo os dois lados da suspensão. A Fiat dizia ter constatado em testes que os amortecedores do italiano não duravam mais que 5.000 km sob uso intensivo, optando por trocar toda a suspensão. E foi ela a responsável pela mudança no capô que permitiu o estepe no compartimento do motor: não havia espaço para a roda-reserva e sua caixa sob o porta-malas, como entre os braços do eixo de torção do italiano.
Se com a nova suspensão o Uno ganhava em robustez, por outro lado perdia em conforto de marcha e continuava, como no 147, a exigir alinhamento periódico das rodas traseiras, sob pena de desgaste prematuro dos pneus e prejuízo à estabilidade. Outra característica desta suspensão era a tendência de tornar a cambagem mais negativa (rodas mais afastadas no ponto de contato com o solo) à medida que o feixe de molas cedia, por acréscimo de carga ou tempo de uso. Tudo isso seria abandonado no Palio, que passaria ao eixo de torção como no Uno italiano.
A produção do Uno trazia um avanço em relação à do 147. Em vez de 470 operações de prensa para construir a carroceria monobloco, agora eram apenas 270, redução expressiva que significava também menos soldas, aumentando a resistência do conjunto.
Uno Mille
Lançado no início da década de 1990, tornou-se o primeiro automóvel "popular", nova categoria de veículos que tinha impostos reduzidos e capacidade volumétrica de até 1000 cilindradas, e foi baseado em uma versão simplificada do Fiat Uno.
Pela antecipação à concorrência em vários meses tornou-se um modelo de grande aceitação, sendo a versão mais vendida e de maior sucesso deste automóvel junto ao público brasileiro.
Sendo seguido por muitas outras versões, a primeira trazia motor de 994,4 cm³ (Fiasa), carburador de corpo simples, sem retrovisor do lado direito, servofreio e encostos de cabeça e câmbio de 4 marchas.
Atualmente, o antigo Fiat Uno é vendido como Fiat Mille, para que o carro não seja confundido com o Novo Uno.
Linha do tempo
1984 - Início da produção em Outubro como modelo 1985, nas versões: S (Super), com motor 1050 e 4 marchas, CS (Confort Super), SX (Sport Experimental), ambos com motor 1.3 e câmbio de 5 marchas opcional (herdados do Fiat 147).
1985 - Uno é eleito o "Carro do Ano" pela revista Auto Esporte.
1986 - Fim do SX 1.3.
1986 - Início Elba nas versões S 1.3 (Fiasa)e CS 1.5 (Sevel).
1987 - 1.5R álcool (86 cv).
1989 - 1.5R (Sevel) gasolina.
1990 - Início do Uno Mille (48 cv), com motor de 996cm³ (Fiasa), carburador de corpo simples, sem retrovisor do lado direito, servofreio e encostos de cabeça e 4 marchas .
1990 - 1.6R (Sevel) álcool e gasolina (88 e 84 cv).
1991 - Modificação estética, nova frente para toda linha, EXCETO Uno Mille.
1991 - Uno Mille Brio, com carburação de corpo duplo (54 cv), 5 marchas e interior com detalhes em vermelho (produzido entre junho e dezembro).
1991 - Motorização 1.5 substituindo 1.3 (Fiasa).
1991 - Uno Furgão, com a parte traseira fechada para cargas e motor 1.5 (Fiasa).
1992 - Injeção eletrônica nas versões S e CS . Lançado o Uno CSL 1.6 4 portas importado da Argentina. Eleito o "Carro do Ano" pela revista Auto Esporte.
1993 - Uno Mille Eletronic - ignição mapeada substituindo a eletrônica convencional e opção de quatro portas e ar condicionado.
1993 - Uno 1.6R MPI.
1993 - Fim do Uno 1.6 CSL.
1994 - Mille ELX, com novo painel(semelhante ao 1.6R MPI), "frente baixa" e Ignição Mapeada. O novo painel de instrumentos se estende ao Uno CS, Elba CS,CSL e Top e Prêmio CS.
1994 - Uno Turbo i.e. 1.4 com 118 cv (maio) - 1801 unidades produzidas.
1994 - Uno 1.6R MPI e algumas versões de Uno, Prêmio e Elba com novo câmbio (Trambulador em cima).
1995 - Uno Mille Eletronic ganha "frente baixa", porém continua com o painel antigo.
1995 - Fim da Injeção eletrônica Magnetti Marelli (G7) Álcool.
1995 - Mille EP 1.0 com injeção eletrônica Magnetti Marelli (G7)e novo câmbio (julho).
1995 - Mille Eletronic passa a se chamar Mille i.e. Já como modelo 1996, e passa a ter o interior do restante da linha.
1996 - Fim dos Unos 1.5, 1.6 e Turbo (EXCETO FURGÃO, que é equipado com motor 1.5 Fiasa) (abril).
1997 - Fim do Mille EP. Início do Mille SX.
1997 - Mille SX Young, com acabamento diferenciado (painel cinza com mostradores brancos, para-choques cinza e adesivos laterais).
1997 - Fiorino e Uno Furgão 1.5 MPI (Fiasa).
1998 - Fim do Mille SX. Início do Mille EX.
2000 - Fim do Mille EX. Início do Mille Smart, painel cinza com mostradores brancos, nova grade (inspirada na linha Brava/Marea).
2001 - Fim do Mille Smart. Início do Mille com motor Fire (55 cv), lançado como modelo 2002, substituindo o antigo motor Fiasa, retrovisores e coluna de direção do Palio.
2001 - Mille com motor FIASA 1.0 MPI álcool.
2003 - Fim do Mille 1.0 Alcool (Abril).
2004 - Reestilização na frente (novos faróis e grades) e na traseira (novos faróis e placa incorporada ao parachoque) - a maior já sofrida pelo modelo. (fevereiro).
2005 - Motor Fire 1.0 Flex, 65 cv gasolina ou 66 cv álcool, e leve reestilização na grade dianteira e nos para-choques (março).
2005 - Uno Furgão e Fiorino recebem Motor Fire Flex 1.3.
2006 - Kit Way, suspensão elevada em 44 milímetros, molduras nos pára-lamas, revestimento em preto das colunas centrais, pneus 175x70R13 e vão das rodas pintados de preto (março).
2007 - Mudanças no interior tais como: bancos dianteiros com nova espuma, nova alavanca de câmbio com inibidor de ré e coifa em couro, espelho de cortesia lado passageiro, alça de segurança dianteira lado passageiro, nova luz de cortesia (com interruptor na porta do lado do motorista) e recobrimento total do porta-malas, lançado em Maio como modelo 2008.
2008 - Lançamento em Agosto a linha 2009, sendo denominado Mille Economy, com o motor Fire atualizado: bielas fraturadas, RPM em marcha lenta de 850 para 750, 5a marcha alongada. Nova grade dianteira, para-choques cinzas e lanternas escurecidas, e opção de Rodas de Liga Leve (aro 13). Kit Way passa a ser versão de linha (com a suspensão levantada em 50 mm). Segundo a Fiat, o Fire Economy pode chegar a 22,5 km/l.
2009 - Mille Fire Economy 1.0 Flex, motor 65 CV gasolina e 66 cv alcool, ignição eletrônica digital incorporada ao sistema de injeção, direção hidráulica com pinhão e cremalheira, Pneus: 165 70 R13 - 82T, tanque de combustível 50 litros - Velocidade máxima: 151,0 km/.
2010 - (a partir de maio) O Fiat Uno renasce, totalmente renovado, equipado com uma atualização do motor Fire (Evo Fire) para competir com o Volkswagen Gol, o próprio Mille Economy e o "irmão" Palio, que mudará totalmente o visual em 2011. Assim, o Mille (Uno da geração antiga) continua a ser fabricado para ser o automóvel de entrada da Fiat.
Fiat Uno é um modelo compacto de entrada totalmente novo apresentado pela Fiat no Brasil em abril de 2010. Embora utilize o mesmo nome do modelo anterior da Fiat, este novo Uno não baseia-se no modelo antigo. Trata-se de uma versão nacionalizada de baixo custo do Fiat Panda europeu, com alterações no design para melhor agradar o público brasileiro. Ele inaugura a aplicação da plataforma derivada do Panda no Brasil, que também será utilizada ainda pelo sucessor do Fiat Palio e um inédito city car a ser lançado em 2013.
Versões
Vivace 1.0
Attractive 1.4
Way 1.0
Way 1.4
Sporting 1.4
Novo Uno Ecology
Durante a apresentação do novo Uno, a Fiat apresentou também um modelo conceitual chamado Uno Ecology. Como diferenciais em relação ao modelo de série o modelo conta com um painel captador de energia solar instalado no teto que alimenta alguns sistemas como o ar-condicionado e a assistência hidráulica da direção do veículo. Adicionalmente, várias peças do acabamento do interior são totalmente biodegradáveis e recicláveis,feitas à base de medula da cana de açúcar e fibra de coco.
Novo Fiat Uno chega às lojas a partir de R$ 27.350 Com nova carroceria e mecânica, compacto fica posicionado acima do Mille. Marca reduz o preço do Mille e Palio para não abrir concorrência na família. Milene Rios Do G1, na Praia do Forte (Bahia) - a jornalista viajou a convite da Fiat do Brasil.
Novo Uno chega em 4 versões.Passado 26 anos de seu lançamento, o Uno finalmente muda e para valer. Com alterações significativas na carroceria e no conjunto mecânico, o novo compacto da Fiat começa a ser vendido a partir de R$ 27.350 e fica posicionado uma categoria acima do Mille, que continuará à venda no mercado. Comente essa notícia O novo Uno será oferecido em quatro versões. Por enquanto, apenas as configurações quatro portas estão disponíveis nas lojas. O modelo duas portas chega somente na segunda quinzena de junho, a partir de R$ 25.550. Das versões que já estão à venda, a mais básica, chamada Vivace, sai de fábrica equipada com o novo motor 1.0 Fire. Conhecido por EVO, o propulsor sofreu modificações para reduzir o consumo de combustível e o ruído, mas teve a potência elevada para 73 cv com gasolina e 75 cv com álcool. Na lista de equipamentos de série o único destaque é o índice de consumo de combustível, o econômetro, que já equipa as versões Economy do Mille e Palio.